"Olá! O meu nome é Ana e tenho o nariz empinado tipo uma rampa de ski. Não é um nariz vulgar, até porque, geralmente, a conotação que têm os narizes empinados não é a melhor. O meu, só por ser meu, é especial. É ligeiramente torto (sem nunca o ter partido, o que me leva a crer que é defeito e não feitio) e tem topping por cima. O topping chamam-se freckles em inglês e taches de rosseur em francês se preferirem. Ah! e pois sim, que me desculpe Camões, chamam-se sardas o enfeite do meu nariz empinado, da minha beloved rampa de ski. Ao que parece, que sou brindada com sardas como com flocos de neve por cada raio de sol que aparece. Tal como a cor dos meus olhos é inconstante (verde, azul cinzento), as sardas têm uma periodicidade estranha, yet quite lovely: aparecem de inverno quando menos se esperam e de verão, bem, de verão, podem culpar a pigmentação (ou o excesso dela) que Deus me deu para ficar com sardas do tamanho de uma... bochecha. Exacto. O que para alguns podem ser umas sardas acrescidas pelo calor do verão, para mim, várias vezes e tão tipicamente não me fiquei pelo meio termo. Não. Umas dez sardas a mais seria demasiado vulgar. Para mim, foi uma mega sarda que me atingiu em cada bochecha num verão quente na Grécia. Há quem viva nos limites e há quem viva fora deles. As minhas sardas vivem na segunda hipótese tal e qual como eu. Não se satisfazem por serem umas 'inhas só'. Têm de ser mais, têm de ser notadas, apreciadas, bem vistas. Mas tal como a miséria, que nunca vem só e precisa de companhia, as minhas sardas não seriam nada sem a minha 'rampa de ski'. O meu nariz empinado, adereço imprescindivel sem o qual passariam despercebidas. Como tantas freckles, sardas, sinais castanhos aos montes. As minhas sardas, são especiais. Porque são minhas e sinto um orgulho imenso quando ao rebentar uma borbulha no nariz, vejo que está lá uma. Por debaixo. Underneath. E por falar em underneath, o sitio onde também tenho sardas em abundância mas em periodicidade normal e frequência vulgar é o peito. Dizem que é sexy e eu concordo. Mas não há nenhuma que chegue aos calcanhares das da minha rampa de ski. E deve ser por isso que me chamam 'Narizinho', ou não?"
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