Fala-se que Stacey Tendeter, uma actriz inglesa de segunda linha, chegou a ser convidada, na década de 70, para um remake da Mary Poppins, mas que a ideia teria sido abortada por Julie Andrews, por temer que a sua compatriota ofuscasse a versão original pela peculiar beleza que emanava do rosto sardento. Frustrado o projecto, Stacey nunca logrou o salto à primeira liga inglesa do cinema e, muito menos, à world league de Hollywood. Saltitou entre várias séries que caíram no esquecimento e em meados de 80 pregou-se definitivamente às tábuas do palco, para alívio da Julie, a voz da princesa-mãe da Fiona Shrek
Em vez de singrar no campo da psicologia ou da enfermagem, os cursos com maior sucesso entre misses, Laurence Jardin, coroada a mais bela de França com apenas 19 anos, vingou no trapézio. Isto, pasme-se, depois de ter sido rejeitada por todas as academias gaulesas de ballet. A nossa sardenta de hoje foi corrida das coreografias clássicas sob o pretexto, e cito a própria, de "ser demasiado alta e ter formas muito femininas". Para gáudio do Cirque du Soleil, Circo do Sol no nosso idioma, Laurence contorce as articulações ao extremo da luxação em cima de um trapézio, cegando-nos com o brilho de uma actuação onde se "veste de nua". Por outras palavras, cobre-se, ou descobre-se, de um lycra transparente sobre as "formas muito femininas", para agilizar as perigosas manobras. No passado fim-de-semana, bamboleou-se ao som dos Xutos e Pontapés, no espectáculo comemorativo dos 20 anos do Circo de Feras. A tigresa fez pendant lexical
Smadi Wolfman é uma judia que se cansou do conflito israelo-palestino e assentou arraiais na Gália, onde há muito se pacificaram as relações com os romanos. Antes, fardou-se e defendeu, de camuflado, o exército de Israel. Cumprido o serviço militar, deixou as guerrilhas e instalou-se nos palcos franceses. Entre o vasto currículo desta israelo-francesa, que se gaba de dominar, com acerto, os idioma inglês e hebraico, figura, por exemplo, a encenação de Joana D'Arc, outra guerreira, que teve um desfecho de vida precoce, enchurrascada na fogueira inquisitória. Que não sirva de mau prenúncio. Longa vida à Smadi é o que desejamos
Penny Porsche iniciou-se muito cedo na doçaria. Ainda menina, despachava donuts num lugarejo do Ohio. Tinha ordens para não sair da cozinha, evitando assim intimidar a clientela masculina. Fruto da dinâmica laboral, passou a alternar as temporadas na restauração com o consumo de LSD e haxixe. Nos momentos lúcidos, aprendeu representação na Associação de Moravos Cristãos lá da aldeia natal. Aos 15 anos, pirou-se para Hollywood, mas o melhor que conseguiu foi o cargo de logista, funções que desempenhou com diligência até conhecer um empresário abastado. Casou, mas foi corrida de casa quando a gravidade começou a comprometer as expectativas estéticas do milionário. Fez um lifting com o financiamento do porquinho de louça que conseguiu trazer da mansão e iniciou-se na indústria pornográfica... aos 41 anos. Actualmente, com 46, é uma das mais famosas MILF's do mercado. Só para situar os menos entendidos, a sigla angófona poderá ser traduzida por qualquer coisa como "a mãe do amigo que gostaria de ter comigo"
Por decoro ou indisponibilidade das visadas, este blog ficou hoje impossibilitado da ode semanal às aventureiras anónimas que dão a cara, e as sardas, ao (nosso) manifesto. Continuamos a inquirir, para porporcionar ao punhado de fiéis os rostos comuns de mortais que se alindam com a derme sarapintada. Pela falha de hoje, as nossas desculpas
Parker Posey tem nome de esferográfica, mas não se lhe conhecem crónicas nem colunas de opinião. Mesmo assim, chegou a carregar o cognome de Rainha do Indy, uma referência que a pode vincular erradamente ao defunto ex-caça-ministros-de-Cavaco. Esta actriz deve, isso sim, a moderada fama no showbizz ao facto de ter começado a firmar a carreira em películas low-cost. Os cinco intelectuais radicados nos Estados Unidos agradecem a Parker o conforto proporcionado pelas amplas (e vazias) salas de projecção. Sempre dá para estiraçar o esqueleto