O cinema francês tem o condão de nos oferecer amiúde pequenas (literalmente) surpresas. Admito que não sou admirador do ritmo pastelão de muitas das obras cinematográficas gaulesas. Teimam em escarafunchar no conteúdo e esquecem-se que uma pessoa está ali aconchegada no sofá e se não é agitada por algum ritmo fecha a pestana e perde o fio à meada. Só para concluir a minha apreciação, também acho que as comédias não funcionam. A musicalidade do francês é uma mistura estranha entre o coloquial e o amaricado, o que, convenhamos, não sugere grande graça. Agora graça tem esta miúda, Bertille Noel-Brunneau, uma jovem que a crítica (leia-se bando de intelectuais presunçosos) coloca na senda de Victoire Thivisol, a estrela do melodrama Ponette. Bertille promete rivalizar com Victoire no que respeita aos filmes de chorar-as-pedras-da-calçada, fiando, por exemplo, na participação em La Petite Chartreuse, na qual ficciona uma vítima de um brutal acidente de viação, passando todos os frames da fita entre a vida e a morte. Ideal para quem aprecia descarregar prantos
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